terça-feira, 6 de setembro de 2011

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O CLUBE DO IMPERADOR -



O CLUBE DO IMPERADOR - RESENHA


O filme “O Clube do Imperador”, se passa no ano de 1.976 no tradicional colégio para rapazes chamado St. Benedict´s, onde estudam a nata da sociedade Americana e outros alunos vindos de todas as partes do mundo. O principal lema do colégio é formar homens de caráter tendo por base a transmissão do saber e do conhecimento dos grandes vultos do passado que muito contribuíram para uma verdadeira democracia.

O Professor William Hundert ( Kevin Kline), se destaca por ser comprometido com a formação dos educandos , principalmente do caráter, e por gostar de lecionar História Grego Romana, tendo em seu currículo o legado de grandes vultos do passado : Aristóteles, Platão, Sócrates, Júlio César e outros, que muito contribuíram valorizando a história. Ele proporciona aos seus alunos aulas teóricas e práticas num ambiente alegre e emocionante onde predomina o conhecimento como a base de todo o saber. Ele acredita que “ O caráter de um homem é seu destino” e tudo faz para que seus comportados alunos sejam pessoas sábias, integras e corretas.


Com a chegada de um novo aluno; Sedgewick Bell (Emile Hirsch, filho de um importante Senador, o professor vê seu domínio ameaçado pela arrogância e prepotência daquele aluno que consegue aos poucos uma legião de fãs para suas façanhas nada edificantes. Mesmo assim, o Professor Hundert, procura educá-lo conforme as normas do colégio, favorecendo-o na medida do possível pensando que com o tempo poderá melhorar o seu caráter. Por ocasião de um concurso, o professor ( a pedido do diretor) ajuda-o mais do que deveria e ele se vê entre os 3 finalistas para a disputa final onde será coroado o Sr. Júlio César. No dia do concurso, o professor percebe que Sedgewick esta colando. Ciente da falta de caráter de seu aluno, e de que uma delação não seria proveitosa, ele resolve desclassificá-lo fazendo-lhe uma pergunta que não estava registrada em livros mas que estava gravada numa placa acima da porta da sala de estudo dos alunos cujo lema era “O fim depende do começo”.Desclassificado, Sedgewick inicia uma guerra com o seu idealista professor e ciente do poder que o dinheiro do seu pai proporciona, torna o ambiente quase insuportável. Quando a turma se forma, o Prof. Hundert se sente fracassado em seu papel de professor pois não havia conseguido mudar o caráter de seu rebelde aluno .


Vinte anos depois, Sedgewick, já diretor de uma grande empresa e querendo mostrar todo o seu poder e glória, ( talvez para uma desforra), convida o Professor Hundert (já aposentado) para ser moderador de um concurso nos mesmos moldes do Sr Júlio César. Para tanto oferece uma rica contribuição para o Colégio St. Benedict e garante a todos estar preparadíssimo para ganhar. O concurso acontece com os mesmos protagonistas anteriores e no dia determinado tudo é feito conforme as regras. Mas novamente o Prof. Hundert descobre que Sedgewick esta colando e que, através de um minúsculo aparelho transmissor alguém estava lhe soprando as respostas das perguntas que lhe eram feitas. Mesmo assim, as perguntas e respostas se alastram até que o professor cansado da trapaça de seu ex aluno, faz outra pergunta que não estava no currículo mas já sabia de antemão que só outro participante sabia a resposta.

Desclassificado pela segunda vez, Sedgewick encontra o professor no banheiro e escarnece de sua virtude e de sua moral, quando diz que o caráter e a virtude não levam a nada. Ele chegou onde quis, tinha poder e glória e ia se candidatar a presidente, não se importando com a mediocridade do professor, que ele achava que não passava de um João Ninguém.


Tão embevecido estava em contar vantagens e desvirtuar o professor que só percebeu a presença de seu filho quando este já havia escutado tudo e olhava seu pai de modo critico e inquisidor, não concordando em nada com as bravatas do pai. O Prof. Hundert é homenageado por seus ex- alunos que entre vivas e aplausos recebe deles uma placa exaltando o seu papel de professor e onde se lia: Um grande professor tem pouca história para registrar, sua vida se prolonga em outras vidas. Homens assim, são pilares nas estruturas de nossas escolas, mais essênciais que seus tijolos e suas vigas.” E sendo assim, o professor que já aposentado havia abandonado o ensino, voltou a dar aulas no St Benedict´s, ciente de que ainda poderia contribuir para a formação do caráter de outros alunos, pois um só que se desvirtuou, não teve o poder de contaminar o resto do rebanho, pois para o restante dos rapazes, “ o importante não era só viver, mas viver com retidão”


Doroni Hilgenberg Resenha feita em outubro de 2004 –

8* período de Pedagogia

Filme “O Clube do Imperador”

Produzido nos EUA – 2002

Lançado no Brasil – 2004

Direção – Michael Hoffman

Europa Filmes.

Sobre a obra
O Filme nos deixa as seguintes lições:

*Todo o professor deve ter um ideal, ser comprometido com a formação dos alunos e ter consciência de que o conhecimento através das ciências é a principal fonte para aquisição do saber.

* A autoridade quando bem direcionada e com caráter educativo, tem o poder de suplantar o poder mesmo contrariando poderosos.

sábado, 28 de agosto de 2010

PARA NILSOM E LEIDIANE



PARA NILSON E LEIDIANE

Hoje, ao escrever essas palavras em homenagem ao meu filho Nilson e a sua esposa Leidiane, meu coração se enche de orgulho e meu ser se enternece por saber que se ainda ontem ele era pequenino e precisava de meu colo, hoje ele é casado, é pai, é um chefe de família, e que juntamente com sua esposa, estão seguindo caminho da ventura e guiados pelas mãos de Deus .

Manter o casamento e construir uma família, não é fácil, é preciso que haja amizade e concordância entre os dois, e acima de tudo é preciso que a paciência e a tolerância estejam sempre presente para que a união se fortaleça e seja harmoniosa. É preciso que sejam compreensivos e se nutram de amor e carinho para que as pedras que surgem sejam afastadas e não mais voltem, pois só assim o amor triunfa, porque o amor é feito de um pedacinho do céu mas também da realidade da terra, que nem sempre é perfeita. O amor é feito de emoção e alegria, mas também de tristeza e sofrimento, pois é isto que nos faz crescer e nos fortalece. Mas o casal que confia em Deus e tem amor no coração, sempre triunfa e permanece unido.

Mas, vejo com satisfação e alegria, que vocês estão conseguindo levar adiante este sonho, e eu peço a Deus que abençoe esta família com muito amor para que seja unida hoje e sempre, e que além do Guilherme, meu querido neto, ele nos presenteie com uma saudável e linda menina para que a família aumente e se complete.

E que os anjos digam Amém!!!

De sua mãe que os ama muito; Doroni Hilgenberg

terça-feira, 3 de agosto de 2010

WALLACE SOUZA- VELÓRIO E FUNERAIS



WALLACE SOUZA: O VELÓRIO E OS FUNERAIS

A sociedade amazonense experimentou esta semana um acontecimento chocante: O velório e os funerais do ex-deputado Wallace Souza, processado pela Just iça por formação de quadrilha, assassinato e tráfico de drogas. Evidente que todo o enterro é carregado de um ato de emoção, mas o que se viu foi o ato deliberado do acontecimento como ato político eleitoral. Mas não é de política que eu estou falando mas do esgoto desta . Enterrar mortos sempre foi considerado um ato político.
Na antiga Grécia, Antígona, filha de Édipo, tomada pelo dever familiar, enfrenta o poder estabelecido e decide fazer o enterro de s eu irmão Polínices, acusado de traição e condenado a morte e a ter o corpo atirado aos abutres. Antígone, desobedece as ordens de Creonte, o Rei, e realiza o sepultamento, fazendo deste ato um protesto político. O gesto de Antígone, celebrado ao longo dos séculos pelos dramaturgos e poetas, representa a integridade do indivíduo frente ao poder discricionário. Ainda na arte, há o velório de Júlio César, na escadaria do Senado Romano, e o famoso discurso de Marco Antonio, imortalizado por William Shakespeare. Esses exemplos grandiosos que tocam profundamente a alma humana pelo mistério da morte, não mais se repetiram no século XX. E a tendência do século XXI é de se banalizar ainda mais a morte e seus rituais.

O nascimento das sociedades de massas analisadas por Ortega Y Grasset, liquidou com o que restava de sagrado nas exéquias e o respeito pelos mortos. Os funerais passaram a ser menos preito e sinal de respeito que espetáculo. E os pioneiros foram os nazistas que em 1.939, transformaram um arruaceiro morto durante os enfrentamentos de rua, em herói, com direito a um espetacular cortejo fúnebre. Ali, naquele ato de provocação, estavam lançados os germes da manifestação populista: glorificação da transgressão através do crime; irracionalismo e estímulo aos instintos primários. Era o que William Reich poria a nu em seu ensaio “ A Psicologia de Massas do Fascismo”. Reich testemunhou a desintegração política que ocupou a cena mundial numa conjuntura que fazia a edição de uma guerra de larga escala, a Primeira guerra Mundial, com a crise econômica de 1929, que deixou a classe trabalhadora no desemprego e reduziu a miséria países como a Alemanha, afogada pela derrota e estrangulada pelas indenizações resultantes da capitulação. O resultado foi a ascensão de ideologias autoritárias, como o fascismo e o nazismo, que se aproveitou do estado de depressão econômica e baixa estima das massas depauperadas para instilar conceitos de superioridade racial, apelos aos instintos primários, culto ao irracionalismo e subserviência política com muita repressão. Não é de espantar que os caudatários dessa ideologia de lumpesinato fossem os políticos latinos americanos .

O populismo cleptocrático que grassa nesta parte do planeta é uma versão supostamente benigna do fascismo, já que tirando a idéia de superioridade racial, que não faria sentido numa sociedade miscigenada, os outros componentes ideológicos estão presentes aqui, tão vivos quando na Itália dos anos 30. Pior, ainda mais arraigados nas emoções primitivas das massas com baixíssima escolaridade, bombardeadas pela barbárie das mídias.

O populismo é hostil à inteligência, e não devemos nos surpreender que o Amazonas esteja na rabeira dos índices de aproveitamento escolar do país. Mas os meus sete leitores, devem estar se perguntando: o que isso tem a ver com os funerais de herói da Patria do senhor Wallace?
Tudo eu diria!
Assim como o enterro do arruaceiro nazista, este funeral nos envergonha e nos mete medo pela deslavada canonização de um péssimo exemplo de vida e ação política. Uma sociedade que tolera isso perdeu o rumo, nega a civilização e nos faz reféns de sinistros interesses. Sem querer ofender os trogloditas, politicamente o Amazonas ainda esta na era da PEDRA LASCADA.

Marcio Souza – Escritor Amazonense. Jornal “ “ A CRITICA” 1 082010

Marcio Souza-

domingo, 25 de julho de 2010

"EXPULSOS DA TERRA" A FOTO PREMIADA

Clóvis e Luiz Vasconcelos

A índia Valda Ferreira com seu filho no colo


A FOTO PREMIADA


Manaus sempre se destaca no cenário mundial, pois aqui temos bons escritores, bons poetas e bons fotógrafos como mostra a foto acima de Luiz Vasconcelos, finalista do Prêmio Esso e Embratel e também premiada na França, que vai figurar no Livro” Les 100 Photos Du XXI e Siecle” “ As 100 melhores Fotos do século XXI” , cujo livro será lançado mundialmente na França, ainda em Dezembro deste ano.

Luiz nos conta:
“ Lembro como se fosse hoje. A pauta chegou na noite anterior. O Célio Jr. ( editor de fotografia do jornal “ A Critica” me ligou dizendo que de madrugada , o motorista me buscaria para irmos até o Km 11 cobrir uma reintegração de posse. Chegamos lá e o cenário era de guerra, Cavalaria, Canil, Rocam, Goe, e Tropa de Choque. A policia avançava e as bombas explodiam ao meu lado. Até que enxerguei a índia Valda Ferreira que com o filho no colo, não temia enfrentar os PMS, na luta para se manter na sua terra. O seu marido já tinha sido preso e sua casa destruída. Então, vi quando ela arregalou os olhos, cerrou os punhos e partiu para cima dos policiais. Foram cerca de 30 segundos de enfrentamento e quarenta cliques “ relembra o fotógrafo. E foi um desses 40 cliques que ganhou reconhecimento mundial.

Fonte: Jornal “ A Critica” ( 18\07\20010 ) Um artigo de Israel Conte

Colaboração de Doroni Hilgenberg


terça-feira, 4 de maio de 2010

OS RATOS ESTÃO SOLTOS !



OS RATOS ESTÃO SOLTOS!


Reza a história nacional que o prédio da Câmara Distrital, em Brasília, inaugurado da semana passada e prontamente ocupado por militantes, teve a sua construção iniciada há 10 anos. Caramba! Mais engraçado, para não dizer trágico, assíduo leitor, a obra estava orçada em
R$ 20 milhões. Porém, mesmo o Brasil não tendo inflação, ao colocar a última pá de cal na
obra, o orçamento pulou para R$ 100 milhões. Será que tem muito rato parrudo roubando?

A pergunta acima procede, pois a história nacional lembra outra lenda que corre à boca
pequena em Brasília. Diz-se, que lá tem tanto rato, mas tanto rato que se alguém esquecer
numa mesa de gabinete um pedaço de queijo, o parlamentar que estiver no retrato pregado
na parede, se materializa, vira bicho (entende?) e corre para roubar o queijo. Ô, raça!
E por falar em orçamento, estou completamente bege, enxaguada, quarada e passada na
caixa com a new-forma-de-empregar-sem-concurso.

Trata-se, veja só você, leitora querida, da Fundação Escola, Rádio e TV Câmara de Manaus. Meninos, a farra vai ser boa, os salários vão de R$ 2.100 mil a R$ 9 mil e a pessoa ainda pode "arrastar" o seu salariozinho de funcionário público. Acha pouco?... Continue a leitura colega...
Os cargos, nossa! Vai de Diretor Presidente a Presidente da Comissão de Licitação, assim, pelas beiradas, vai comendo junto os cargos de assessor jurídico e de agente administrativo, para citar alguns. Eita, lelé, um festival de cargos para ratos se regalarem! É mole? Mana, como endurecer?

Nesse ritmo, não tem como subir e ficar duro o dos pobres mortais, gente! Sim, porque nós é que vamos pagar todos esses ratos. Agora, vem cá, e a Receita Federal, hein? Só sabe vasculhar a vida de quem trabalha. E é quem paga imposto, pois caso contrario baixa a dona Serasa, SPC e outros qtais! É dessa raça, hein? A Receita nem "se toca" em buscar as ratoeiras, não é, darling?

Crônica da Jornalista Mazé Mourão
Editado no Jornal “A Critica em 29-04-2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

SEQUESTRO RELÂMPAGO


SEQUESTRO RELÂMPAGO


Estamos cansados de saber e de ler sobre as maldades que acontecem no mundo, e ficamos estarrecidos com a capacidade que o ser humano tem em engendrar atos maléficos e hediondos. Também estamos cansados de saber, que devemos ser solidários com o próximo, menos materialista e mais espiritualista , enfim humanizar-se. É um dever cristão ajudar e orientar e sendo estas, pessoas de idade, então é um dever sagrado. Mas, por causa dessa minha mania de ter o coração aberto, saber ouvir e querer ajudar, eu fui vitima de um seqüestro relâmpago em meados de janeiro e fiquei durante quatro horas nas mãos de golpistas, que só me soltaram depois que conseguiram retirar todas as minhas economias do banco.


Foi tudo muito rápido...Eram dez horas da manhã e eu estava voltando da academia ( ginástica)quando parei para dar informações a uma senhora que estava a procura de apartamento nas redondezas. Neste momento surge minha filha e também conversa com a referida senhora. De repente, para um carro e dele desce um rapaz que ela diz ser seu sobrinho. Bem apessoado e ela também, muito distinta e simpática. A Evelyn segue seu caminho e eu ia me despedir, quando então, surge a arma nas mãos do rapaz e este em questão de segundos me empurra para dentro do carro, enquanto a senhora entra rápido pela frente onde já havia outra mulher na direção. E o carro dispara e eu gelei, nem deu tempo de gritar.... o pânico tomou conta de mim....


Então o rapaz guardou a arma e disse:--Senhora, não vamos lhe fazer mal, queremos o seu dinheiro...Pegaram minha bolsa e por azar, eu que nem sempre levo a carteira para a academia, aquele dia estava com ela e todos os cartões. E ai f oi um inferno, me levaram para caixas eletrônicos, boca do caixa, e até em lotéricas no fim do mundo. E ai vocês estão pensando porque eu não gritei e chamei a atenção dos guardas. Mas eu estava completamente nas mãos deles, eles sabiam onde a Evelyn estava e usaram-na para me coagir. Diziam que, se qualquer coisa desse errado, o rapaz ( que ficava sempre fora, enquanto a senhora entrava comigo no banco e a outra ficava de sobreaviso no carro) iria atrás da Evelyn e ninguém se responsabilizaria pelo que acontecesse com ela. Então, o medo tomou conta de mim e eu fui retirando o dinheiro e passando para as mãos deles. Numa determinada hora, parecia que eu ia sufocar, ai eles pararam o carro e me deram água, que por certo continha algum calmante pois senti-me relaxar.


A partir daí, o dinheiro que eu tinha passou a ser só papel, eu queria preservar a minha vida e a da Evelyn, e aqueles filhos da mãe estavam agindo de cara limpa. Quando me soltaram perto de casa e eu nem sei como cheguei, pois estava atordoada e tremia demais. A Evelyn, já preocupada com a minha demora tinha ligado para meu filho e fomos fazer o BO. Percorremos quase todo o trajeto feito pelos golpistas, mas eles não pararam em nenhum lugar onde houvesse câmeras. No outro dia, o investigador da policia ligou para que eu comparecesse na delegacia dar mais detalhes e fazer um retrato falado do trio de golpistas. Mas acontece que eu não fui, estava traumatizada, o medo era tanto que passei duas semanas sem sair de casa. E também pensei: - de que adianta, esse pessoal quando é preso num dia, já é solto no outro- Não se pode confiar mais em nenhuma autoridade, todo o sistema esta corrompido.

E lembrei bem do que o cara disse:

--Senhora, agora vá e esqueça!!!

E eu estou tentando esquecer e dou infinitas graças à Deus por estar viva, mas um dia alguém dará uma rasteira nessa velha golpista, ora se não!!!


Doroni Hilgenberg

sábado, 16 de janeiro de 2010

HAITI É JÓ


HAITI É JÓ




No começo, tu eras o doce que adocicava as línguas dos teus colonizadores. Durante um longo período abastecestes o mundo com o mel vindo das colmeias de tuas plantações. E nessa época, teu povo negro vivia de um mar claro, alvo, feito de açucar. Tua localização é privilégio de poucos, o Caribe. Talvez por isso, os homens fortes que te povoaram a terra, vindos da Africa à força, escaravizados, antevendo o local que atracariam, d entro dos navios negreiros cantavam e dançavam, trazendo ritmo e melodia para as Américas. O mesmo sangue negro acorrentado, vindo de além mar, foi o primeiro em 1804, a libertar-se na América. Livre, enriquecido pela colheita de açucar... Haiti, tu vivias feliz!


Então, veio um furacão e inundou tuas cidades. Depois dele, outro e mais outro. O último em 2008, destruindo tudo o que encontrava. E teu povo chorou aos gritos. Tuas florestas foram desvastadas para produzirem carvão, gerando energia barata e cara ao mesmo tempo. Tão logo as árvores se foram e vieram mais furacões, o efeito foi ainda mais desolador, pois o vento e as águas não tinham mais inimigos que impedissem de invadir suas cidades. Além dos desastres naturais, a partir do século passado, tu fostes invadido por uma enxurrada de governantes incompetentes. A corrupção como um cancro, instalou-se no seio dos teus governos, espalhando-se por todo o resto de tuas repartições públicas. A miséria, fruto dessa malversação de verbas, fez pior: contagiou a sua indefesa população. Frágeis, debilitados, contaminados pela pobreza extrema, teus homens e mulheres foram vistos comendo ratos nas favelas de papelão e plástico. Tuas crianças faziam bolinhos de barro para enganar a fome. E teus velhos estavam abandonados. Teu lindo povo, cuja pele imita a noite e cuja alma as estrelas teimam em copiar, parecia caminhar para a escuridão...Se já não bastasse toda a dor e sofrimento causado pelos furacões e mazelas sociais, um terremoto te pegou em pleno sono, sonhando com dias melhores.


Tu enfrentas agora, o pior de todos os teus pesadelos: sem água, sem comida e medicamentos...Sem rumo. Em tuas ruas, milhares de vidas vagam desnorteadas. Uma poeira embranquiçada se elevou sobre ti. Eram tuas casas ruindo. Foste coberto por um manto da mesma tonalidade que cobriu teu passado de glória e riqueza. Hoje, debaixo de toneladas de escombros e ferros retorcidos, ouve-se os pedidos de socorro. Mas eles vem sendo gritados há muito tempo por ti, Haiti, sem que a comunidade internacional ouça. Tu não tens petróleo e tua riqueza resumiu-se em tua gente. Brasileiros em missão de paz também foram vitimados pelas ondulações de tuas terras. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da criança, sucumbiu dentro de uma Igreja. A religiosa e a igreja me levaram a Jó. A Biblia diz que Jó era rico em todos os sentidos, mas perdeu tudo: familia, propriedade, liberdade, saúde... Mas sua fé em dias melhores permaneceu inabalável. Apos todo o padecimento, Deus lhe restituiu tudo o que havia perdido, multiplicando-lhe a riqueza e a felicidade. Jabor citou que "quando Deus e os homens se juntam, as tragédias são maiores". Prefiro crer que " quando Deus e os homens se unem, os milagres são maiores". Tu Haiti, és uma espécie de Jó. E se for assim, que daqui em diante, teu povo viva em paz, com saúde e educação para todos, em habitações digna, com taxa de desemprego suportável e governado por homens de bem. Esse é o desejo do mundo inteiro. É o pedido que muitos, hoje em lágrimas, fazem aos céus.


Colaboração de Doroni Hilgenberg


Artigo de: IVO DE AGUIAR; administrador, professor e cronista. ( extraido do jornal " A Critica- 16-01-2010)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

VINGANÇA



A VINGANÇA

Naquela tarde Márcia havia caprichado no visual porque queria ir numa reunião de escritores na Academia. Um famoso escritor estaria autografando seu livro e ela queria conhecê-lo, além de adquirir o livro. Já que ela não dirigia e não gostava de pegar táxi sozinha à noite e nenhuma amiga estava disponível naquele tarde para acompanhá-la, esperou que seu marido chegasse do trabalho e pediu-lhe para levá-la à Academia.
Por azar, ele chegou aborrecido sabe-se lá com o que e não quis levá-la.

Por mais que Márcia lhe pedisse e lhe dissesse que não precisava esperar, ele não quis fazer-lhe o favor, não a levaria e ponto final. Depois de tanto tempo casada Marcia já sabia,
que qualquer discussão depois de um categórico não, era pura perda de tempo e paciência.
Conformou-se, mas lhe disse que mais cedo ou mais tarde também lhe diria um grande NÃO. Ficou ruminando uma vingança mas uma boa oportunidade não aparecia assim tão fácil.

E o Anjo a dizer-lhe esqueça e o demônio sempre a lembrar-lhe.

Uns dias depois, apareceu uma ótima oportunidade . Ele havia passado no shopping e comprado umas calças, tão logo as experimentou, viu que estavam compridas demais.
Chamou Márcia e lhe disse:
--Meça aqui meu bem, e faz a barra para mim...
--Eu? Fazer as barras das tuas calças? Não faço não!!!
--Faz sim!
--Não faço e pronto! Ele também já a conhecia...
Pois não faça disse ele aborrecido, eu levarei a uma costureira.

Uma semana depois, as calças estavam de volta da costureira, mas ele não as usou de imediato. Márcia deu uma olhada nas calças e foi ai que o demônio começou a cutucá-la embora o Anjo fizesse ver que era pura maldade. Mas uma risadinha safada tomou conta dela, pois a idéia que o demônio lhe dera, já havia tomado forma.

Quando por fim, seu marido resolveu usar uma das calças, pegou bem “aquela”. Márcia deu uma olhada como quem não quer nada e ficou por isso mesmo. Se ele notou alguma coisa também não falou nada e foi trabalhar. Quando veio almoçar, ele olhava de uma perna para outra até que perguntou à filha:
--Você não acha que esta calça esta com uma perna mais curta que a outra?.
--Nossa pai, está sim, que costureira você arrumou heim?
Ai, ele tirou a calça mais que depressa e pediu com toda a delicadeza se Márcia podia arrumá-la, que “ naquela costureira dos diabos” ele não voltava mais.
Esta certo, Márcia respondeu, segurando o riso e com a cara mais inocente possível - deixe em cima da cama que eu conserto como puder.
Depois disso, por uns bons tempo, mesmo não gostando, ele não se recusou a levar Márcia onde quer que ela quisesse ir. Mas o que ele nunca soube, foi que o serviço sujo na calça dele, não foi a costureira quem fez, e sim sua endiabrada esposa.

“As vezes, só por malandragem, o demônio nos cutuca e nosso anjo acaba rindo”.
Doroni Hilgenberg

OB. Conto classificado entre os 100 melhores no Concurso da Revista Claudia., e pelo qual eu ganhei o livro autografado de Paulo Coelho “ O Demônio da Srta. Prym.- 27-10-2.000

terça-feira, 8 de setembro de 2009

TERRA CAÍDA


TERRA CAÍDA


O Caboclo Sebastião, que todos conheciam como Sabá, era um simples pescador mas vivia feliz da vida e nada lhe faltava. A vida no meio das matas era boa, tinha uma pequena casinha, uma mulher e quatro filhos sadios. O rio lhe dava os peixes de graça, as matas lhe davam frutos em abundância e da rocinha do fundo do quintal ele colhia o suficiente para comer. De vez em quando saia atrás de uma jacaretinga ou de um tracajá, para fazer um prato domingueiro. Quando as crianças crescessem mais um pouco, ele mandaria para casa do irmão para que aprendessem a ler e escrever, pois que caboclo não carece de muita instrução. Todo o seu prazer se encontra em contato com a natureza, na vida livre, onde todo dia se descobre uma alegria diferente, seja com os trinados dos passarinhos, duendes da floresta, botos, iaras, sereias e até mesmo o seu próprio canto.
E assim, Sabá ia levando a vida e agradecendo a Deus por toda aquela maravilha que se descortinava ante seus olhos. Nos fins de semana, saia de canoa, madrugadinha ainda, a pescar com o clarão da lua, a iluminar-lhe a vida e o caminho. Como é grandioso este rio, pensava ele, e este céu, a lua e as estrelas, que envolvem a todos numa intensa magia e numa paz imorredoura . Deus é justo pensava ele, dá a cada um o que merece. Depois, ele vendia na feira todo o produto e seu trabalho e voltava para casa com mantimentos para a semana, não esquecendo de alguns bombons para as crianças. Quando o dinheiro sobrava, comprava para a mulher um corte de chita ou uma água de colônia,e ela ficava feliz. Um dia, numa dessas viagens, ele trouxe consigo umas galinhas e um galo de raça. Construiu um galinheiro bem longe de casa, quase junto ao rio, para que o mau cheiro não os importunasse. Com o tempo, as galinhas botaram, chocaram e a população de galináceos cresceu. Tudo corria bem, melhor que quando ainda moravam num dos Igarapés de Manaus, e em épocas de enchentes ficava quase louco, pois perdia tudo o que possuía.
Mas uma noite, Sabá acorda assustado com os latidos insistentes e ameaçadores de seu cão Tupã. Rápido, levanta-se e corre a tempo de ver o galinheiro flutuando já longe, ao sabor da correnteza num enorme pedaço de Terra Caída. Num repente, pensa em ir atrás com a canoa e salvar as galinhas, mas desiste que a correnteza em certos trechos é braba e vai longe. Lembrou-se então da choca, que por sorte, havia retirado do galinheiro e colocado em baixo da casa. Bem, pensou ele: “ breve terei meus frangos outra vez”, Voltou para sua rede e dormiu o resto da noite como se nada de mal tivesse acontecido. E de fato, nada de mau acontecera.
Moral: "O pouco com Deus é muito “
sobre a obra : Conto Regional
•Terra Caída: - São grandes pedaços de terra arrancados de barrancos à margem dos rios,( pela força das águas) levando consigo, árvores, arbustos, capim e moradias, que são arrastados pelas correntes, como pequenas ilhas flutuantes.
•Tracajá: - Uma espécie de tartaruga ( um manjar dos deuses)
•Jacaretinga: - Filhote de jacaré ( carne deliciosa)